A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, pode ser uma das causas do desmatamento da floresta Amazônica. A obra será responsável pelo desmatamento de uma área de 175 km², que é quase do tamanho da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, que tem 167 km². A obra da hidrelétrica de Belo Monte é a maior em andamento no Brasil. A usina será a segunda maior do país, atrás apenas da binacional Itaipu.
A Norte Energia, empresa responsável pela obra (o governo é dono de cerca de 50% da empresa), diz que ainda está sendo avaliado o tamanha da área a ser desmatada e da quantidade da região a ser replantada. Segundo estimativa de Antonio Neto, gerente de Gestão Ambiental da Norte Energia, pode ser necessário um espaço entre 30 mil e 35 mil hectares de vegetação. 40% e 50% são florestas e os outros são pastos ou áreas já desmatadas. A área a ser desmatada é a soma das obras de infraestrutura na região para que a usina possa ser construída. A Norte Energia afirma que as florestas desmatadas para a construção da usina são "antropizadas", ou seja, já sofreram a ação do homem. Ainda de acordo com o gerente da Norte Energia Antonio Neto, eles irão replantar uma área como compensação.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará foi o estado que mais desmatou em junho. Em relação a maio, houve um aumento de 82,5% na área de desmatamento. O instituto não fez nenhuma relação entre o desmatamento e a obra da usina.
Enquanto o desmatamento ocorre, biólogos afugentam animais para outras florestas, que não serão desmatadas ou os resgatam para tratamento. Como condição determinada pelo Ibama, para a construirem a usina, teriam de criar uma base de resgate aos animais, que já está em fase de conclusão pela Norte Energia.