Uma outra forma de combater o desmatamento é o uso de satélites, para observar as florestas, que revelam, nas imagens do computador, onde estão os desmatamentos. Os principais alvos são Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Enquanto o Governo Federal faz um levantamento dos principais desmatadores, o Ministério do Meio Ambiente ajuda os municípios que desejam sair da "lista suja".
“8% do PIB brasileiro é gerado na Amazônia e 35 a 50% do problema ambiental é gerado na Amazônia, então esse modelo é claramente reprovado e prejudica os interesses do próprio Brasil”, diz pesquisador da ONG Imazon, Beto Veríssimo.
O primeiro município que saiu da lista foi Paragominas, no Pará. A equipe embargou uma carvoaria que fazia atividades ilegais, além do desmatamento, com a ajuda do sistema de alerta do Imazon, que localizou o ponto e enviou as coordenadas.
“Identificar o desmatamento, você identifica o passivo, você identifica um dano. Isso não é o suficiente. O interessante é chegar ao agente causador daquele dano e responsabilizá-lo”, explica pesquisador da ONG Imazon, Paulo Amaral.
Em 2009, o Brasil firmou um compromisso na conferência da Onu sobre o clima: reduzir o desmatamento ilegal em 80%, até 2020. Para cumprir a meta, além da tecnologia, o governo restringiu o crédito para os agricultores que não respeitam as leis ambientais.
Em São Felix do Xingu, foi criado um Cadastro Ambiental Rural - o CAR - um registro que identifica propriedades onde não se destrói a natureza.
São Félix tem cerca de seis mil fazendas e em um ano, o número de cadastros aumentou de 17 para 2,6 mil. O sindicato dos produtores rurais acha que o CAR é vantajoso e tenta convencer todos os fazendeiros a aderir.
Ambientalistas dizem que as novas políticas e a tecnologia controlaram melhor o desmatamento, mas não resolveram. É preciso mais. Agora é com o congresso nacional, que está discutindo a reforma do Código Florestal.
Deve-se mudar com novo texto as regras sobre quais áreas o agronegócio pode ou não desmatar. Enquanto a decisão não sai, muitos cientistas torcem para os deputados e senadores não esquecerem que a atividade econômica sustentável é tão importante quanto a beleza da floresta viva.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/05/fiscalizacao-e-tecnologia-combatem-desmatamento-na-floresta-amazonica.html