De acordo com os dados divulgados do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Porto Velho desmatou 235 km². Lidera o ranking do desmatamento da Amazônia no último ano e já integra a lista do governo federal dos 48 municípios que mais desmatam a Amazônia.
Causas
De acordo com Paulo Barreto, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o avanço do desmatamento na região de Porto Velho pode ter sido impulsionado pela construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
Na região de implantação da usina de Santo Antônio, por exemplo, da empresa Santo Antônio Energia, que construiu e será responsável pela operação do complexo, foi derrubada a vegetação de uma área de 12 km² com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). A impresa diz que uma replantio em uma área de 39km² será realizado.
A migração de pessoas para áreas de floresta localizadas na capital de Rondônia tem causado a derrubada ilegal da mata.
Outro ponto que pode ter impulsionado o desmate foi a redução de áreas de proteção em unidades de conservação. Um exemplo é a Floresta Nacional Bom Futuro, que por decreto federal, perdeu parte de sua área devido ao avanço populacional nesta região.
Resolução
Para combater o desmatamento nesta região, Barreto afirma que apenas fiscalizar, apreender madeira e aplicar multas não resolve a questão. Disse que as unidades de conservação não deveriam ter suas áreas reduzidas, mas já que aconteceu, a iniciativa do ministério do Meio Ambiente, o embargo econômico de áreas, funcionou bem, e que isto deveria ser retomado.
O procedimento do embargo econômico, aplicado pelo Ibama, consiste na realização de um mapa da área desmatada, localização do infrator e publicação de seu nome em sistema do governo federal. “Como a maioria dessas áreas é desmatada por conta da agropecuária, quem comprasse carne desse infrator também era punido”, disse.