Apesar de acordos entre ambientalistas e ruralistas, o consumidor de carne bovina ainda está longe de acreditar que o bife em seu prato seja associado ao desmatamento e outros problemas da Amazônia.
Uma reunião no dia 24 de agosto em Brasília, revelou que ainda vai demorar muito para o setor controlar a situação. Evitar que os rebanhos invadam áreas florestais, e sejam uma causa do desmatamento, até questões sanitárias, como a qualidade da carne consumida, são alguns dos problemas. O principal indicador é de que há oito milhões de couros a mais do que os animais mortos registrados.
Outra questão foi o fracasso do sistema de rastreio dos bois, do governo federal. O sistema que deveria ser utilizado, o Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), é pouco acessado pelos produtores. Apenas algumas empresas que exportam o utilizam. “Como não há exigência legal, poucos produtores têm a preocupação em participar”, diz Leonardo Sakamoto, diretor da organização Repórter Brasil. Foram cadastrados dois milhões de hectares nos principais municípios responsáveis por desmatamento, como Paragominas e São Félix do Xingu.
Programas de ajuste de conduta em frigoríficos e ações judiciais contra bancos que financiavam fazendas com desmatamento ilegal na Amazônia mudaram a realidade local. Apesar de o Estado ainda ser líder no ranking de desmatamento, também mostram que o Pará foi o estado que mais apresentou decréscimo nas derrubadas no último mês, com uma queda de 51% na devastação.