Queimadas

Queimadas

Após o pico do desmatamento, as áreas de floresta no Mato Grosso enfrentam uma nova ameaça: as queimadas, que já começaram a causar destruição no estado. O boletim de monitoramento da Amazônia Legal, elaborado pelo IBAMA registrou focos de calor em 36 cidades do estado. Apior situação é a do município de Gaúcha do Norte, com 10 focos identificados pelos satélites. Em Nova Ubiratan, cidade que registrou o maior número de alertas no Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) em abril passado e teve segunda maior área desmatada do estado, eram quatro áreas sendo queimadas. Dos 38 focos de fogo detectados pelo Inpe na Amazônia Legal, 20 estão no Mato Grosso. O estado do Mato Grosso concentrou nas últimas 48 horas 38% de todos os focos de queimada do país. 

Entre as áreas de proteção federais, houve fogo na Área de Proteção Ambiental do Rio Araguaia e no Jaru. Nas áreas sob proteção do estado, focos foram detectados no Parque Estadual do Cristalino e na Área de Proteção Ambiental do Salto Magessi. Para Morelli, do Inpe, as queimadas tendem a aumentar muito a partir deste mês, não apenas por conta do período seco do estado.

Na área da Amazônia Legal, depois de Gaúcha do Norte, as cidades com maior número de alertas são Vila Bela da Santíssima Trindade, Tangará da Serra, que abrange parte de terras indígenas. De janeiro até agora, o Mato Grosso registrou 595 focos de fogo. No ano passado, foram 1.200 registros no período, mas as condições climáticas deste ano estão melhores. O pesquisador Fabiano Morelli conclui que já que o desmatamento aumentou, é provável que as queimadas aumentem também, pois após retirar a mata, as pessoas queimam a área. Nesta época do ano, além do calor e do tempo seco, Mato Grosso é varrido por fortes ventos, o que facilita a propagação do fogo e aumenta a possibilidade de queimadas autorizadas atingirem áreas de preservação. Porém, segundo Ramiro Martins Costa, superintendente do Ibama no Mato Grosso, 99,9% dos casos, o fogo é proposital. No Mato Grosso ainda não há uma lei proibindo as queimadas. O decreto é assinado em julho e, dependendo, pode ser antecipado. 



Fonte: https://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/06/03/depois-do-desmatamento-queimadas-ameacam-floresta-amazonica-no-mato-grosso-924611969.asp